Comunicação usando botões

Olá, sou Rosiméri, a humana dos Trigatos, e quero compartilhar a incrível jornada que tive ao ensinar meu gato Marshall a se comunicar usando botões. No início, o desafio era grande, mas sempre priorizei o respeito pelo tempo do Marshall, buscando tornar a experiência positiva para nós dois.

Para iniciar todo esse treinamento, foram necessários paciência e muito amor. Comecei introduzindo os botões aos poucos, sempre associando as palavras aos seus significados. Sempre enfatizo a importância de respeitar o tempo, espaço e ritmo de aprendizado de cada animal, especialmente quando me perguntam nas redes sociais como Marshall aprendeu a usar os botões tão rapidamente. Não existe um tempo exato para o aprendizado; cada gato, assim como cada cachorro, tem sua própria personalidade e ritmo.

Marshall logo começou a usar palavras como “comer”, “brincar”, “passear” e “cobertinha” para se comunicar, o que não só fortaleceu nosso vínculo, mas também demonstrou sua capacidade de aprender e se adaptar.

Surpreendentemente, ele aprendeu a usar o primeiro botão em apenas três dias e, em cinco dias, já dominava o uso de três. A técnica, que inicialmente descobri por vídeos na internet, era, na verdade, um trabalho de Christina Hunger, baseado em psicologia animal.

Para ajudar Marshall a entender quando estamos ocupados, já que trabalhamos em casa, introduzimos os botões “agora” e “depois”. Isso tem sido útil para ensiná-lo sobre o que vai acontecer (agora) ou não vai acontecer (depois), como quando o tempo está chuvoso e não podemos atender ao pedido de “passear” imediatamente.

Acredito que a capacidade dele de se comunicar conosco por botões mostra o quanto os animais são incrivelmente inteligentes. Marshall sempre foi muito atento e inteligente, repetindo coisas que nos via fazer, como tentar abrir a porta girando a chave. Muitas vezes, percebíamos que ele estava lá tentando girar a chave, o que sempre achamos muito engraçado, mas claro, tomamos todos os cuidados para manter as portas sempre fechadas.

Marshall sempre foi o reizinho da casa, cheio de personalidade e atitude, e, com certeza, a comunicação por botões só reforçou isso.

Outro ponto importante é que a comunicação através dos botões nos ajudou a redirecionar alguns comportamentos do Marshall. Antes, ele costumava morder cabos e fios de carregadores sempre que queria chamar nossa atenção, principalmente quando estava com fome. Agora, para expressar a mesma necessidade, Marshall simplesmente pressiona um dos botões que expressa o que ele está pedindo. Não quero dar a impressão de que os botões foram soluções mágicas para resolver problemas de comportamento, mas certamente eles facilitaram e deram a Marshall a oportunidade de se comunicar melhor.

Quanto a Ted e Lily, eles nunca mostraram interesse em interagir com os botões. Isso me lembra da individualidade de cada gato e da importância de respeitar suas personalidades e necessidades. Cada um tem seu próprio modo de comunicação e interação.

Em resumo, ensinar Marshall a usar botões foi uma experiência transformadora. Mostrou-me o quão profundo pode ser o vínculo entre humanos e gatos e como podemos entender melhor nossos companheiros felinos ao respeitar suas individualidades e ritmos de aprendizado.

Rosimeri Gerlach
@trigatos