Em quais situações eu devo levar meu gato a uma consulta com um especialista em comportamento?

Você já percebeu que o seu gato anda diferente? Mudanças no comportamento felino são sinais importantes que não devem ser ignorados. Observar quando e em que contexto esses sinais surgem é o primeiro passo. Eles podem estar ligados a alterações na rotina, chegada de novos membros na casa, falta de estímulos e interações, problemas com a caixa de areia ou até a ausência de recursos essenciais.

Os comportamentos que merecem atenção


Entre os problemas mais comuns estão aqueles relacionados ao estresse, como ansiedade, medo, tédio e ociosidade. Também podem surgir comportamentos preocupantes, como:

• Automutilação
• Destruição de objetos
• Transtornos compulsivos (lambedura excessiva, andar de um lado para o outro, mastigar sem parar, fixação em um objeto ou brinquedo)
• Vocalizações intensas
• Agressividade (morder, arranhar, atacar)
• Pulverização de urina

É fundamental lembrar que muitos desses sinais podem estar associados também a problemas de saúde física. Por isso, antes de qualquer intervenção, um check-up veterinário é indispensável.

Quando procurar ajuda especializada

Se, após descartar causas médicas e implementar mudanças positivas no ambiente, os sinais persistirem, pode ser a hora de procurar um especialista em comportamento animal. Isso porque comportamentos indesejados, quando mantidos por longos períodos, tornam-se mais difíceis de reverter e prejudicam não apenas o bem-estar do gato, mas também a convivência familiar.

O especialista, além de identificar a origem do problema, irá montar um plano comportamental personalizado, levando em conta o estilo de vida do tutor, a rotina da casa e as necessidades individuais do gato. Ele também ajuda a interpretar a linguagem corporal felina, favorecendo uma comunicação mais clara entre tutor e animal.

Quem pode ser o especialista?

O acompanhamento deve ser feito por profissionais qualificados, como Médicos Veterinários, Zootecnistas ou Biólogos, com especialização em comportamento animal. Esse conhecimento pode ser obtido em Programas de Pós-Graduação ou pela Associação Brasileira de Comportamento Animal. Um diferencial ainda maior são profissionais certificados pela International Cat Care, com foco em psicologia felina.

Prevenção: o melhor cuidado

O ideal é que a primeira consulta comportamental aconteça ainda na fase de filhote – período crucial para aprendizados, memórias e socialização. Nesse momento, o tutor recebe orientações valiosas sobre comportamentos naturais, enriquecimento ambiental, convivência com outros animais e pessoas, além do uso do reforço positivo (e os motivos para evitar punições).

Mesmo assim, não é preciso esperar problemas surgirem para buscar ajuda. Consultas preventivas garantem que o ambiente esteja preparado para receber um filhote ou um novo gato, assegurando o bem-estar de todos os membros da família.

Por Paula Lima – Zootecnista na Viva!Verde